Doenças transmitidas por meio de alimentos contaminados são um dos principais problenas de saúde pública
O surto de infecções pela bactéria E.coli — iniciada na Alemanha e amplamente divulgada na mídia por ter causado várias mortes — reacende o debate sobre a importância de prestar atenção ao que estamos colocando em nosso prato. Na maior parte das vezes, eles não causam problemas, mas quando a higiene não ajuda, os micro-organismos patogênicos proliferam-se na comida e provocam um grande estrago. Náuseas, vômitos, diarréia e a sensação de que nada para no estômago são sintomas comuns de quem já sofreu com uma intoxicação alimentar. E pouca gente não contabiliza pelo menos um episódio ao longo da vida.
Não há dados precisos sobre qual a dimensão do estrago que estes micro-organismos causam na saúde do brasileiro. Os mais recentes dados divulgados sobre o assunto são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Segundo a entidade, mais de 117 mil brasileiros adoeceram e 64 morreram entre 1999 e 2008 devido à complicações das intoxicações alimentares. Número que, segundo a gastroenterologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Instituto do Aparelho Digestivo de Porto Alegre (IAD), são subestimados.
— A maior parte dos casos é passageiro: em dois ou três dias, os sintomas desaparecem. Só são contabilizados os pacientes que chegam ao hospital. Acredito que esse número seja três vezes maior — afirma a especialista.
Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que 76 milhões de pessoas sofram um episódio a cada ano. Neste país, uma entidade de defesa do consumidor baseou-se em dados recentes dos CDCs, da FDA (agência que regula fármacos e alimentos) e de universidades para apontar os maiores vilões da alimentação segura. Folhas verdes, ovos, atum, ostras, batata, queijo, sorvetes, tomate, couve-flor e frutas vermelhas, nessa ordem, foram os campeões de problemas. As carnes não entraram no levantamento, mas também são fontes perigosas quando mal cozidas ou mal acondicionadas.
— Bactérias como a E.Coli, que se proliferam no estômago e intestino, são facilmente propagadas de pessoa para pessoa caso haja falta de higiene. A tendência de comer fora de casa, em bufês e em locais que não sabemos a procedência dos alimentos e como eles são preparados, aumenta a chance de contaminação — ressalta Cláudio Rolim Teixeira, da Fundação Rio-grandense de Gastroenterologia (Fugast).
Caderno Vida ZH - Segue
Nenhum comentário:
Postar um comentário