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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ESTUDO INDICA QUE TEFLON DIMINUI O EFEITO DE VACINAS EM CRIANÇAS

O efeito das vacinas nas crianças pode ter menor eficácia se interagir com componentes químicos como o teflon, muito utilizado para revestir panelas e embalagens de alimentos. A conclusão é de um estudo divulgado nessa terça-feira pela revista científica Journal of the American Medical Association (Jama).
Há muitos anos cientistas suspeitavam de que os compostos perfluorados (PFCs, na sigla em inglês), como o teflon, poderiam causar algum tipo de problema à saúde das pessoas. Um artigo publicado em 2009 na Environmental Science and Technology, por exemplo, demonstrava a concentração desses compostos no sangue de voluntários. Mas os cientistas ainda não sabiam se eles poderiam causar algum dano à saúde.

Para chegar a uma conclusão eles acompanharam 587 crianças durante sete anos e mediram a presença dos compostos perfluorados no  sangue delas em três etapas diferentes: logo depois de nascer, com alguns anos de idade, e entre os 5 e os 7 anos de idade. Também avaliaram a quantidade de anticorpos produzidos por vacinas contra o tétano e a difteria.

Ficou claro que existia uma relação direta entre a concentração da substância e respostas insuficientes às vacinas. Uma concentração duas vezes maior dos perfluorados no sangue foi relacionada a uma diminuição de 49% nos níveis de anticorpos no sangue em crianças com 7 anos.
— Ficamos realmente surpresos com os resultados, que sugerem que os PFCs são mais tóxicos para o sistema imunológico que a exposição às dioxinas (outro poluente orgânico) — afirma Philippe Grandjean, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard e coautor do trabalho.

Os perfluorados são cobiçados pela indústria têxtil e de alimentos, pois repelem gorduras e água. Servem, por exemplo, para produzir roupas impermeáveis ou resistentes a manchas, além de embalagens para alimentos - especialmente fast-food — e revestimentos de panela — como teflon. Também são utilizados pela indústria química como agentes secundários em processos industriais de outros produtos.
No Brasil

A química Isabel Moreira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), também pesquisa PFCs. Recentemente, sua aluna Natalia Quinete identificou esses compostos em amostras de água potável de diversas cidades fluminenses, na água do Rio e em animais marinhos - como moluscos da Baía de Guanabara e peixes.

Isabel considerou muito positiva a pesquisa do Jama.

— Há poucos estudos mostrando os problemas de saúde que essas substâncias podem causar — afirma a química. — Além disso, há poucas pesquisas no País sobre esse tema, pois ainda não temos equipamentos para identificar essas substâncias com facilidade.
Agência Estado

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